
Em 2024, o número de casos de doenças diarreicas no Brasil, até o momento, superou o limite superior de casos registrados no país. Dessa forma, as medidas preventivas devem ser reforçadas com todas as famílias e a comunidade escolar, principalmente, nos meses de outono.
As doenças diarreicas agudas (DDA) correspondem a um grupo de doenças infecciosas gastrointestinais caracterizadas pela ocorrência de no mínimo três episódios de diarreia aguda em 24 horas, ou seja, com a diminuição da consistência das fezes e o aumento do número de evacuações, quadro que pode ser acompanhado de náuseas, vômito, febre e dor abdominal. Em geral, são doenças autolimitadas com duração de até 14 dias.
Podem ser causadas por vírus, bactérias, parasitas e fungos:
– Vírus: mais comumente, adenovírus, norovírus que, não raramente, são causa de surtos na cidade e nas comunidades escolares;
– Bactérias: em geral, relacionadas à contaminação de alimentos (intoxicação alimentar), sendo a Salmonela a mais comum;
– Parasitas: mais comumente , a Giárdia lamblia;
– Fungos: Cândida albicans.
Fatos que preocupam:
1. Apesar de ser, em geral, uma doença leve e autolimitada, pode ser eventualmente grave e levar à desidratação severa, internação e uso de antimicrobianos;
2. Impede o aluno de frequentar a escola;
3. O tempo de contágio pode ser superior a 4 semanas;
4. Pode ocasionar surtos em partes da comunidade escolar, atingindo mais de uma pessoa;
5. Pode, através de um caso leve, chegar a uma pessoa com maior risco de doença grave, como um idoso com comorbidades ou imunodeprimido.
Como prevenir?
1. Estimule o hábito da higienização frequente das mãos (especialmente depois de ir ao banheiro, utilizar o transporte público, tocar superfícies e objetos sujos, sempre que voltar da rua, antes e depois de amamentar ou durante a troca de fraldas);
2. Lave e desinfete as superfícies, utensílios e equipamentos usados na preparação de alimentos;
3. Proteja os alimentos e as áreas da cozinha contra insetos, animais de estimação e outros animais (guarde sempre os alimentos em recipientes fechados);
4. Não utilize água de riachos, rios, cacimbas ou poços contaminados para o banho ou beber;
5. Evite o consumo de alimentos crus ou mal cozidos (principalmente carnes, pescados e mariscos) e alimentos cujas condições higiênicas de preparo e acondicionamento sejam precárias;
6. Ensaque e mantenha a tampa do lixo sempre fechada quando não houver a coleta (o lixo deve ser descartado em um local apropriado);
7. Realize uma higienização contínua e adequada do ambiente escolar;
8. Alunos com um quadro de diarreia aguda devem ser considerados sintomáticos e não podem ir à escola.
No caso de dúvidas sobre Doenças Diarreicas Agudas e outros temas relacionados à saúde escolar, a Urmes está à disposição das escolas e das famílias para ajudar a manter as pessoas protegidas e o ambiente escolar seguro e saudável.
Isabella Ballalai (CRM-RJ 48039-5) – Diretora Médica da Urmes. Pediatra e Presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm). Membro do Comitê de Saúde Escolar da SOPERJ.