A laringite é uma inflamação da laringe, região da garganta que fica logo abaixo da faringe e das amígdalas. Na população pediátrica, essa inflamação, na imensa maioria das vezes, é causada por vírus, como o Parainfluenza 1 e 2, Sincicial Respiratório (mesmo vírus da bronquiolite) e influenza (vírus da gripe).

Quais as crianças sob risco de desenvolver laringite?

As crianças mais suscetíveis são as de idade entre 3 meses e 3 anos de idade, que frequentam creches ou que têm irmãos mais velhos que já frequentam as escolas. Sendo uma doença viral, é mais comum nos meses de outono e inverno.

Quais são os sinais e sintomas da laringite viral?

O quadro se inicia com um resfriado, com obstrução nasal, tosse, febre, coriza, recusa das mamadas ou refeições e irritabilidade. Em dois ou três dias, evolui para voz ou choro rouco, com ruído na respiração (estridor) e graus variados de esforço respiratório, podendo haver também a chamada “tosse de cachorro” (uma tosse seca estridente). Os sinais mais graves são: esforço respiratório intenso (com afundamento do pescoço e das costelas) e cianose (lábios roxos).

As crianças com laringite devem ser levadas à Emergência?

Casos leves de rouquidão e tosse podem ser monitorados em casa (conforme a orientação de um pediatra). Mas, as crianças que apresentam esforço e estridor (barulho para respirar) devem ser avaliadas imediatamente pelo pediatra ou levadas à Emergência, pois podem necessitar de um tratamento mais agressivo e intenso.

Qual o tratamento da laringite?

Nos casos leves, o tratamento consiste em hidratação oral, suporte com analgésicos e antitérmicos, além de dose única de corticoide via oral ou inalatório (prescrito pelo médico pediatra que atendeu a criança). Já os casos mais graves, com esforço respiratório intenso, necessitam de uma observação em Emergência, nebulização com adrenalina e oxigênio.

Quando a internação é necessária?

A internação da criança só é necessária nos casos mais graves, com esforço ventilatório intenso e que não responde às nebulizações ou corticoides. Nos outros casos, o tratamento em casa ou um período de observação por algumas horas na Emergência são suficientes.

A principal causa das laringites recorrentes (mais de 3 por ano) continua sendo os vírus, mas os casos devem ser investigados com exames complementares se a criança começar a apresentar mais do que 3 episódios por ano (fora dos meses de outono e inverno), se apresentar engasgos antecedendo o quadro, se já tiver sido intubada anteriormente ou então se apresentar estridor, esforço respiratório ou voz rouca mesmo fora dos episódios de laringite.

Silvia Coelho Camara – Pediatra (Coordenadora do Centro de Estudos Urmes) CRM-RJ 5247206-5

(Fonte: Sociedade Brasileira de Pediatria)

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